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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Interdisciplinaridade, projetos e mídias
Por muito tempo prevaleceu esse modelo de divisão do conhecimento em várias disciplinas, a fim de facilitar a apreensão dos conteúdos. No entanto percebemos hoje que esse modelo vem sendo permeado por novas formas de adquirir conhecimento. A pedagogia de projetos é uma dessas novas concepções metodológicas que, aliado ao trabalho interdisciplinar tem trazido bons resultados a nível educacional.
Dentro desse novo contexto de mundo globalizado se faz necessário ao invés de compartimentar ou fragmentar o conhecimento, trazer uma abordagem mais integrada dos problemas atuais onde, por meio de um trabalho interdisciplinar o alunado possa compreender, produzir conhecimento e intervir nessas problemáticas.
É importante ressalvar que o trabalho interdisciplinar não supre o disciplinar, mas a partir dele vai haver um fortalecimento das práticas escolares, contribuindo sobretudo para o processo de cooperação e reflexão. Essa nova postura no entanto, requer dos professores  uma visão mais ampla do processo educacional, um esforço e integração dentro dessa concepção de gestão participativa, pois  “ a interdisciplinaridade depende então, basicamente, de uma mudança de atitude perante o problema do conhecimento, da substituição de uma concepção fragmentária pela unitária do ser humano” ( Fazenda, 1993, p. 31)
Para Bardoni o trabalho de interdisciplinaridade amplia a capacidade de o aluno expressar-se através de múltiplas linguagens e novas tecnologias, posicionar-se diante da informação, interagir de forma criativa e ativa com o meio físico e social. Portanto um trabalho interdisciplinar sempre irá contribuir para ampliação dos horizontes do educando e de certa forma como um estímulo diante dos desafios como: dificuldade de leitura e interpretação, falta de perspectiva do alunado, baixo rendimento escolar, entre outros, que a educação atual nos impõe.
Aliando ao trabalho interdisciplinar com projetos, nos vem o desafio de trabalhar com as novas tecnologias e inseri-las no contexto escolar. A junção desses três elementos com certeza irá contribuir de forma singular para fomentar todo o processo educativo. Cabe aos professores e gestores, mesmo diante das tantas dificuldades encontradas na profissão, darem esse significado novo ao modo de educar e de formar cidadãos para a sociedade.

 
Socializando Experiência com Projetos

     A pedagogia de projetos é uma proposta interessante na medida em que aproxima o alunado de sua realidade local e do contexto sócio-cultural no qual está inserido.
     Nessa perspectiva desenvolvemos o projeto para conhecer melhor o município de Sapeaçu, suas origens, sua história e sua cultura, visto que muita das vezes o professor trabalha conteúdos distante da realidade dos alunos, o que torna o ensino chato e enfadonho. Assim esse projeto onde se trabalhou a cultura local, fez com que houvesse uma maior aproximação entre escola, comunidade e vida cotidiana. O período se tornou oportuno, pois era época do aniversário da cidade, motivo para comemorar e promover o envolvimento dos alunos no projeto.
     O primeiro passo foi a construção do projeto, onde deixou-se claro os objetivos , metas e ações que se queria alcançar, no entanto havia uma flexibilidade na medida que  o projeto não era apenas obra do corpo docente, os alunos participaram dando sugestões de como apresentar os resultados  a partir de suas pesquisas.
     Após a construção do projeto, começamos a trabalhá-lo de forma interdisciplinar, onde cada professor iria contextualizar o tema dentro de sua disciplina.  Em História que é a disciplina que leciono, foi interessante a pesquisa das origens da cidade, a discussão sobre esse aspecto e sobre outros, do contexto sócio-cultural da cidade. Dentro dessa dinâmica procuramos construir um jornal mural a partir dos itens mais relevantes da pesquisa e as principais curiosidades,. Também montamos uma exposição de objetos antigos que contavam um pouco da história da cidade.
     Após a confecção, os trabalhos foram expostos juntamente com os de outras disciplinas e foi aberta à visitação e apreciação da comunidade.
     Houve também a valorização da comunidade, na medida em que foi convidada a dar sua contribuição, com palestras de moradores antigos da cidade e apresentação de trabalhos de artistas da terra.
     Assim, com o envolvimento do corpo docente, do alunado e da comunidade, foi interessante perceber que educação não se faz de forma isolada e não podemos formar cidadãos para essa sociedade sem inseri-los na problemática da mesma. Foi possível, portanto, aproximar o aluno de sua realidade, mostrar que ele é construtor de sua própria história e fazê-lo conhecer e valorizar mais sua cultura e suas origens.
Reflexões de uma historiadora (E mulher é claro!)
Domingo meio dia, em meio ao almoço de um dia sem energia elétrica, eis que surge uma música (pois a energia chegou de repente), daquelas que chama a atenção, era um pagodão, o som do vizinho lá nas alturas, como é de costume nos bairros populares.
Como não entendia o que a música queria dizer, pois a intenção é justamente essa, que se ouça só o ritmo contagiante e não se reflita sobre o conteúdo da música, larguei o prato na mesa e me aproximei da porta de entrada da casa. Só assim compreendi, porém não acreditando no que via, ou melhor, ouvia. Eis que em meio ao batuque empolgante vinha a revelação: “Mulher é igual à lata, um chuta e outro cata, um chuta e outro cata.”
Séculos de lutas e conquistas femininas, revoluções, impérios caíram e outros se ergueram, advento da modernidade, emergência da pós- modernidade e parece que voltamos aos tempos das cavernas e olha lá se as mulheres pré-históricas eram tratadas assim!
Pois é meus caros amigos, como dizia Cazuza “ Meus heróis morreram de overdose”. Que saudade da poesia: Elis, Caetano, Chico, Vinícius... Que saudade de quando se podia escutar uma boa música, feita com sentimento ou resultante das lutas cotidianas.
Mas enfim, mulher é igual à lata, um chuta e outro cata...
E a vida continua, como se estivéssemos amordaçados e imobilizados, anestesiados diante desse novo panorama musical que aí se apresenta.
O que será enfim que nossos filhos, netos e bisnetos irão ouvir daqui a alguns anos? É o retrocesso da história ou o avanço dela? É a chamada pós-modernidade meus caros amigos.

                                                           Por: Maria Aparecida
OS 10 melhores filmes para explorar os conteúdos de História de 5ª a 8ª série

1492 — A CONQUISTA DO PARAÍSO
(1492 — Conquest of Paradise), Estados Unidos, 1992, 154 min., direção de Ridley Scott, Paramount Pictures.
Conteúdos: grandes navegações; Inquisição; descobrimento da América.

DESMUNDO, Brasil, 2003, 101 min., direção de Alain Fresnot, Columbia Filmes.
Conteúdos: Brasil-Colônia; escravidão indígena, sociedade colonial.

CARLOTA JOAQUINA
— PRINCESA DO BRAZIL, Brasil, 1995, 100 min., direção de Carla Camuratti, Europa Vídeo.
Conteúdos: a vinda da família real portuguesa para o Brasil; guerras napoleônicas; o período que antecede a independência.

FORREST GUMP, EUA, 1994, 142 min., direção de Robert Zemeckis, Paramount Filmes.
Conteúdos: história dos Estados Unidos dos anos 1960 e 1970; movimento hippie; guerra do Vietnã; caso Watergate; racismo; aids.

GUERRA DO FOGO (La Guerre du Feu), França, 1981, direção de Jean-Jacques Annaud, Fox Home Vídeo.
Conteúdos: pré-história, descobrimento da tecnologia do fogo; origem da linguagem humana.

O DESCOBRIMENTO DO BRASIL, Brasil, 1937, direção de Humberto Mauro, 90 min., D.F.B. (Distribuidora de Filmes Brasileiros).
Conteúdos: descoberta do Brasil; o processo de expansão marítima e comercial portuguesa nos séculos 15 e 16.

TEMPOS MODERNOS (Modern Times), Estados Unidos, 1936, 87 min., direção de Charles Chaplin, United Artists.
Conteúdos: fordismo; revolução industrial; movimento proletário; industrialização e urbanização.

O NOME DA ROSA (Der Name der Rose), Itália, França, Alemanha, 1986, 130 min., direção de Jean-Jacques Annaud, Flashstar Filmes.
Conteúdos: Igreja medieval; Inquisição; indulgências; filosofia medieval agostiniana e tomista.

ILHA DAS FLORES, Brasil, 1989, 13 min., direção de Jorge Furtado, documentário (o filme está disponível para download no site www.portacurtas.com.br).
Conteúdos: globalização; capitalismo; injustiça social, consumismo.

O VELHO
— A HISTÓRIA DE LUIS CARLOS PRESTES, Brasil, 1997, 105 min., direção de Toni Venturi, documentário, Versátil Home Vídeo.
Conteúdos: movimento comunista brasileiro; Coluna Prestes; trajetória dos partidos de esquerda
Fonte:
http://revistaescola.abril.com.br/historia/fundamentos/filme-aula-historia-423034.shtml